E aí, meu nobre. Pensando em trocar de carro, é? Aposto que o papo do futuro, do silêncio e da “consciência ecológica” do carro elétrico já zumbiu no seu ouvido. Parece bom demais, né? Pois é. Mas sente aqui, que o tio Beto vai te contar o que o vendedor de elétrico gagueja pra falar.
Imagine a cena: você, sua família, o calor arretado do nosso Nordeste e o ar-condicionado no máximo. A paz de saber que em cada esquina, em cada cidadezinha, tem um posto pra te salvar. Essa é a liberdade que ronca, meu amigo.
A autonomia de verdade
Falam em autonomia de 400 km no elétrico. Lindo, no papel. Mas ligue o ar, pegue uma ladeira, e essa mágica evapora mais rápido que água em chapa quente. Já o motor a combustão? Ele te entrega o que promete. O tanque cheio é a certeza de chegar em qualquer lugar, sem precisar de um mapa de “eletropostos” ou de uma reza braba pra encontrar um disponível.
O som da segurança
O ronco do motor não é só barulho, é comunicação. É o som da potência respondendo ao seu pé. É o aviso de que o carro está vivo, pronto pro que der e vier. O silêncio do elétrico pode ser moderno, mas na hora de uma ultrapassagem na estrada, um motor pulsante fala mais alto e claro, trazendo aquela confiança que só quem dirige entende.
Manutenção sem aperreio
Seu carro deu um prego? Qualquer Zé da esquina, com um jogo de chave e boa vontade, “desenrola” o problema. É uma mecânica conhecida, democrática. Agora, tente achar alguém pra mexer na bateria de um elétrico no meio do sertão. A conta do guincho e do conserto vai fazer o preço da gasolina parecer troco de pão.
A escolha é sua, claro. Mas não se deixe levar só pela capa do livro. Às vezes, a história que a gente já conhece e confia é a que nos leva mais longe.
No fim das contas, a melhor tecnologia é aquela que não te deixa na mão quando você mais precisa.
Beto Águia


